terça-feira, 27 de maio de 2008

Dicionário pra Matracas

Você mangou da minha camada de permanganato
De potássio que eu porto pra tapar as chagas
As feridas, quando amargas, sempre causam dor
Que pro glossário do pavor, são dilaceradas

Dos uivos guturais até os cantos dos primais
Da roda da fogueira, da lareira, aos neons
Dos magos e das bruxas para as Lojas dos maçons
Da Festa da Colheita aos nossos Carnavais

e o tempo se inventando, reduzindo, reciclando
Também rebobinando as bobagens ancestrais
Se encheu de biodiesel esqueceu os milharais
Milhares, antes: fome... Hoje dizem "comem mais"

E agora diga algo, diagnóstico preciso
Me diga se tu mangas uma manga prum mendigo
Ou mangas dos farrapos e dos medos do atrito
Do toque, do contato
Tato anti-televisivo.

Bzh.

domingo, 18 de maio de 2008

Umas vodcas, uns celulares, e a verdade que sai...

Estavamos nós, em meio a vodca, cervejas, verdades e etc...
Confabulando vidas e teorias,
Entre uma dose, verdade, ou metade dela,
A outra metade do outro lado da linha.

Surgindo ideias, poesias, contos, debates,
A correria da vida está do outro lado do muro,
Onde não nos cerca, onde nao nos pega, e ficamos aqui...
Mais uma dose... Claro! porque não?!

Bebo meu copo e passado flashes,
Do que deveria vir, ou de quem deveria falar,
Vejo a amiga verdade implorando por sair...

Sou reluto e não falo, não mando o sms,
Você fica na dúvida e eu também,
Se um dia vais saber, isso fica pra outro dia...

The E.D.E.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

caos

No século que estamos,há muitos questionamentos...
Do Homem que cria novos empreendimentos!

Na era virtual, quem somos?
Nas fabricas, escravos... de que?
Que ideal temos? e que seremos?

Nada!

O caos se implantou...
No planeta!
Uma planta brotou...
Na incerteza...
De ser o que?
Camada de ozônio...
Socorro!
Floresta Amazônica...
Ajude-me!
O Homem diz:não posso!

A capital é caos!

Homens racionais? nada fazemos...

Então morreremos!!!

miduin

terça-feira, 13 de maio de 2008

All my loving (part I)

Apertava as mãozinhas uma contra a outra, numa briga muito infantil. Era gostoso observá-la. Para quem ela rezava?
Acompanhei tudo muito de perto, às vezes achava até que ela percebia meus suspiros altos de admiração, ou um arrepio na nuca. Sei que sabia que eu a observava. Tudo começou quando ela se viu sozinha no mundo. E isso não demorou muito. Tinha dez anos e pouca maturidade. Tinha pai, mãe e uns irmãos também, e era só. A comida era muita. Os amigos poucos. Mas brincava como uma criança normal pra disfarçar seus gostos diferenciados. Ela queria mesmo escrever. Escrever e escrever. Sua mãe achava tudo aquilo muito... bonitinho. Uma criança poetizando cemitérios e fantasmas era realmente bonito a meu ver. Para a mãe eram só umas palavras mortas num papel. A menina morreu ali e mais um pouco acolá. Eu ainda lembro dos seus gemidos baixos, ela tinha medo de demônios, não queria acordar nenhum. Porém acordou. Não que eu seja um. mas para alguns eu sou. Alguns têm mais medo de mim do que deveriam. Eu, única certeza óbvia de qualquer ser vivente. Tenho até evitado usar capuz ou cajado, primeiras impressões são determinantes. É assim que vocês vêem tudo. Mas esta menina não, ela não tinha medo de mim. acho até que gostava de minha companhia. Por vezes, ouvi ela pedir a Deus para minha chegada ser breve e não dolorosa. Isso aconteceu muitas vezes no ano de 2000. Até ela criar uns quinze anos e tentar amar. Morreu mais um pouco. O mundo era grande demais para ela. Ou ela era muito imensa para o mundo. Sua singularidade era visível. Não, não era. Ninguém a via. Todos achavam algo sobre ela. Ela não se importava em mudar a opinião deles. Eles sempre estavam errados. Nem minha opinião importava. Eu sempre estive certa de que estava certa.
Esta noite ela estava sublime, tinha um ar de novidade na face e as lagrimas comunais nos olhos. Ela falava mais uma vez a ELE: “tenho muita dor. Você se importa? Porque eu não me importo se você se importar”.
Ela percebeu. Todos rezam á Ele. Ele sempre fica mudo. Comigo nunca foi diferente. Muitas vezes ao carregar crianças de dolência aguda (as embalo em meu seio) peço a ele qualquer tipo de piedade de minha alma. Fico horas sem conseguir sorrir. Fico até me sentindo meio mal. Aquelas alminhas tão puras...
Ócios do oficio.
Neste dia eu rezei ao seu lado, não pisquei uma só vez, a quis pra mim, prometi carregar sua alma em meu seio também, mas ela era só dor. já estava morta. Injuriada e latejante. Sentia todo o peso de sua dor preso aos fios finos de seus cabelos. A dor dela era tão grande que ela nem sentia mais os lábios falarem asneiras a Ele. A dor não a pertencia. Ela pertencia à dor. Desde então, fiquei mais obcecada por seus cachos. Mas Ele também não me dava ouvidos. Nem Ele nem a pequena.


Delírio

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sinval, o Rei dos metais

Ele anda pela cidade,
Colhendo do mundo para outros lugares,
Desde cedo no mundo, um andarilho,
Um rei, das ruas, já sem sua coroa de castiçais,

Sua nova coroa é de couro negro,
Sempre rodando, colhendo,vendendo, andando, conduzindo os seus, os meus e o nossos metais,
As rodas de sua carruagem carregam historias, lendas e a salvação deste povo,
Sua sabedoria delirantre, corrida,

Que vai e volta sem pestanejar,
Assim como ele, que segue seu rumo
Já traçado em sua mente,

Saudado por muitos suditos,
Em meio as ruas desta cidade,
Lá se vai o rei mais em mais um dia de coleta...

THE E.D.E.